quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

[Fotografia] – Canon vs Nikon: A discussão mais inútil do universo da fotografia

 Rafael Salvador – São Paulo 05-01-2012

Não queria entrar nesse tópico pura e simplesmente porque entendo essa discussão como um papo típico de amador. Coisa de quem não ganha à vida com fotografia e acha que a câmera vai fazer dele um profissional de sucesso.  

Então por que decidi escrever sobre isso?

Porque sou fotógrafo, e como tal, involuntariamente sou tragado para essa discussão em qualquer lugar que vou. Já entrei em debates assim em todo tipo de situação: Festa infantil, café da manhã, casamento, roda de amigos, etc.
A impressão que tenho é que debaixo da mesa do restaurante vai surgir um adolescente cheio de espinhas na cara e perguntar:
- Tio eu estava lendo na revista Fotografe Pior sobre a Canon XYZ, mas acho que a Nikon D69 é melhor, qual devo comprar?

Esta matéria tem a finalidade de deixar por escrito minha opinião definitiva sobre o assunto! Assim, da próxima vez que me perguntarem posso simplesmente indicar o link para o meu bolg. (acho que vou até colocar esse link no meu cartão de visita).

Pois bem, para quem não me conhece informo: Sou retratista e fotógrafo de moda. Como equipamento pessoal escolhi Canon, mas no estúdio onde trabalho a Nikon domina desde o começo. Acabei me acostumando com as duas marcas e hoje não tenho problemas em utilizar essa ou aquela câmera.
Quando migrei do filme para digital escolhi Canon porque muitos dos meus fotógrafos de referência e professores usavam a marca. Achei o menu e os comandos de mão mais acessíveis e a assistência técnica era mais barata e fácil de contratar.

Indiscutivelmente a Nikon reinou no mercado desde o início dos tempos até a década de 90 porque tinha de fato a melhor ótica e o melhor corpo de câmera. As séries F da Nikon eram sinônimo de profissionalismo, resistência e qualidade. As outras marcas eram meras coadjuvantes e a Canon vinha atrás das gigantes como: Olympus, Minolta e Pentax.

A Nikon saiu na frente com a era digital apostando forte na nova tecnologia desde o início da década de 90, mas foi o sistema autofocus a chave para a ascensão da Canon nas ultimas décadas.

Com uma jogada muito arriscada a Canon mudou seu sistema de baioneta inutilizando assim todas as suas lentes da era analógica antiga, e começou do zero novamente mudando todo o sistema óptico e de autofocus. A jogada deu certo e a marca disparou como referência de foco rápido e preciso. Já a rival Nikon optou por manter a compatibilidade e voltou seus estudos para o corpo da câmera, sensores e materiais de alta qualidade com excelente durabilidade.

Por esse motivo alguns fotógrafos “velhos de guerra”, que já usavam Nikon antes mesmo da era digital, dizem até hoje que a Canon quebra fácil, em contra partida todos (menos uma revistinha para fotógrafos amadores) dizem que o foco das lentes Canon é mais rápido e preciso.

Nos últimos anos a guerra entre as duas marcas ficou cada vez mais acirrada. A Canon respondeu às investidas da Nikon de forma agressiva. Passou a lançar câmeras com ciclos de vida de 150,000 e 175,000 disparos, entrou em uma concorrência marqueteira de Megapixels e aumentou a gama de lentes da série L.

Atualmente em faturamento e fatia de consumidores a Canon é muito maior que o da Nikon, mas ambas estão vendo marcas antigas como Olympus e Pentax voltarem a vida.
Paralelo a isso, players gigantescos estão entrando no mercado de forma muito forte, exemplo da Samsung e Sony que não tinham tradição em fotografia, mas com capital e compra de patentes (principalmente da Kodak) estão entrando no segmento de forma agressiva .  

Minha experiência com diversas marcas me deu a possibilidade de apontar pontos fortes e fracos em ambas e para provar que sou imparcial vou começar descascando a Canon!

Nos últimos 2 anos venho assistindo a Canon lançar câmeras em um nível frenético e sem lógica. Não há muita inovação nas ultimas 3 câmeras da linha Rebel e a linha da 40D e 50D perdeu muito com a 60D que agora tem corpo de plástico.
A série L de lentes está incorporando algumas objetivas que não tem correção de diafragma em todas as extensões e isso é péssimo. Quem usa lentes corrigidas sabe a diferença e quem paga os olhos da cara para levar uma Lente L não merece uma objetiva que não tem esse recurso.

Outro problema da Canon é a enlouquecida corrida por mais Megapixels. Essa é uma jogada de marketing burra que prejudica a qualidade do trabalho final e agrada somente a amadores. Quanto mais megapixels mais Ruído! Isso é obvio para todos... menos para Canon. Para que uma câmera de 18 Megapixels de sensor APS? A Nikon notou isso e em sua linha há câmeras top com 12 Megapixels o que já é mais do que suficiente para todos os tipos de situação e garante menos ruído em ISO mais alto.
Somente nos últimos lançamentos é que a Nikon resolveu aumentar um pouco a quantidade de Megapixels, mas ainda sim de forma bem mais consciente que a Canon.
O grande problema da Nikon é que a marca não está investindo na qualidade das câmeras de entrada (linhas de câmeras para profissionais que estão entrando mo mercado e não podem investir pesado na compra de equipamento). Estou falando da D90 para baixo.Todas as câmeras Nikon que usei apresentaram sinas de uso numa velocidade impressionante. O mais comum é o descolamento das borrachas do corpo e lente, e isso já vem de séries antigas como D200 e até mesmo alguns modelos da série F.



Muito comum também é a quebra do anel de foco que ocorre com o constante vai-e-vem do comprimento focal. Na minha mão já quebraram três lentes 18-105mm, e tudo isso em menos de 2 anos de uso. 


As lentes antigas da Nikon não eram de plástico como as de hoje e era muito difícil de quebrá-las.  Veja a diferença:

Nunca me agradou também a programação de balanço de branco pré-programados da Nikon. Os caras gostam mesmo de amarelo! Tudo fica amarelo... Você coloca em flash e o resultado: AMARELO... que P... é essa?
Só fui resolver esse problema com luz artificial (estúdio) quando comecei a fotografar em Kelvin 5000 ou 4760. O mais impressionante é que em termos de balanço de branco e tonalidades não tem para ninguém, a Sony é disparada a melhor (mas não vamos falar aqui de Leica, Pentax ou Qualquer outra ok? O foco é Nikon VS. Canon).

Por fim, mas não menos importante, não posso deixar de mencionar os problemas que sempre tive com a assistência técnica da Nikon (Sim fotógrafos e plantão... Nikon quebra também). Pelo amor de Deus... demorar 3 meses para devolver uma câmera só para limpar um censor é muita sacanagem vocês não acham?
Mandei uma lente para colar a maldita borracha e realinhar a óptica e fui retirá-la 7 meses depois... Foi a mesma novela com um flash SB600 que teve uma pilha estourada e a lâmpada queimada: 6 meses para voltar do enrosco.
Acredito que isso vá mudar porque agora a Nikon veio definitivamente para o Brasil e assim sendo sua garantia e assistência.

Por fim deixo a minha opinião: Qual é a melhor câmera? A que está com você no lugar e hora certos. (Ou então a que pagar o melhor patrocínio, afinal somos fotógrafos brasileiros = Fudidos).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

[Ensaio] [Modelo] Marcus Vytor Zafanella

[Fotos 100% nikkofotografia by Rafael Salvador]

Sei que faz tempo desde minha última postagem no nosso blog, mas para compensar descolei mais um combo de ensaio com entrevista.
Recentemente constatei que há um grande numero de leitoras do The Asian Style e por isso resolvi dar de presente para vocês (meninas) esse ensaio retirado diretamente dos primórdios do meu HD de Backup.
Conheci o Marcus ainda nos tempos em que trabalhava em agencia(zinha) de modelos e de cara notei que o garoto levava jeito mesmo.
Um excelente modelo, muito fácil de fotografar, experiente e muito boa gente.
Vale conferir um pouco da experiência desse garoto.

Abs  



Rafael Salvador: Como de costume: Nome, idade, ocupação e qual seu tipo de azul favorito?
Marcus Vytor Zafanella, 23 anos, modelo e azul escuro (rs).

RS:
Como começou a trabalhar com moda?
MZ:
Comecei na "cola" do meu irmão... quando ele tinha 16 anos foi abordado em um shopping por uma scouter. Então, eu peguei a "rabeira" dele e entrei no mercado com 15 anos. (rs)

RS:
Conte um pouco da sua experiência como modelo internacional.
MZ: Já viajei a diversos lugares, tais como Tailandia (bangkok) Cingapura. Malásia (kuala lumpur) Coréia do Sul (Seoul) e China (xangai). Tive lucros, prejuízos, mas o que conta mesmo é a vasta experiência que se adquire morando sozinho.





RS:
Marcus, eu sofro (injustamente) diversas criticas ao meu blog referente à falta de modelos masculinos nas minhas publicações. Acredito que você também deve achar isso injusto... Contudo, dito este desabafo, fale sobre o mercado de moda masculino no Brasil. Como é a concorrência e em comparação com o mercado externo como estamos aqui no Brasil.
MZ: O mercado masculino, assim como o feminino no Brasil é mais voltado para o comercial, o fashion se acentua mais durante a temporada de desfiles grandes, no caso SPFW e Fashion Rio que são as temporadas que mais possuem peso no Brasil.
O mercado feminino realmente domina, não só aqui como no mundo, entretanto ainda sim temos demanda para homens, portanto não deve ser desconsiderando.
No Exterior a demanda do mercado masculino é bem maior. Não tenho experiência no mercado Europeu ou Norte Americano, portanto não tenho muitos parâmetros para uma comparação tão clara, mas na Ásia com certeza o mercado masculino é forte.


RS: Qual o segredo para ser fotografado e sair bem nas fotos?
MZ:
Espelho. Observar-se no espelho é uma boa dica.
Observar diversos ângulos de si mesmo fazendo expressões e poses diferentes.
Cuidar do corpo e alimentação também é importante, e obviamente ter um bom direcionamento de quem está por traz das câmeras. Carisma e simpatia por parte do fotógrafo são sempre bem vindos.
Foco, objetivo, vontade e motivação também são pontos que agregam, como em todo tipo de trabalho.

RS:
O que ninguém sabe sobre Marcus Zafanella?
MZ: Desisti de todo um trajeto de vida planejado para viajar e ser modelo.
Pretendia cursar uma faculdade de design industrial ou arquitetura. Contava já com o curso técnico de design gráfico e um curso de autocad e 3d studio max em uma das escolas mais bem conceituadas de SP (Impacta Tecnologia).Trabalhava fazendo maquetes em 3d de decorados na época.
Fico pensando como seria minha vida se nunca houvesse brotado em minha mente a idéia de ser modelo, as vezes penso que meti os pés pelas mãos e as vezes agradeço pela experiência de vida que adquiri durante minhas viagens.
É um caminho que já foi traçado, hoje não penso em largar minha carreira de modelo; ela será duradoura não tenho duvidas disso, mas hoje, mais velho, tenho certeza que um plano B é indispensável.

sábado, 3 de dezembro de 2011

[Comédia] Não gosto desse lado do meu rosto!

R: N, A, O, ~ = NÃO



Fico imaginado a Gisele Bündchen dizendo isso para Bob Wolfenson no meio de um editorial da Vogue. Geralmente a(o) modelo que pede coisas assim é inexperiente ou não é profissional.

Explicação: Quando um fotógrafo monta a luz para uma determinada foto, há uma série de cálculos e procedimentos que temos seguir para conseguir o efeito desejado. Muitas vezes mudar o rosto de lado obriga o fotógrafo a mudar TODA a luz e ter o dobro do trabalho; Como se não bastasse isso, ainda temos que considerar o fato de que mudar o rosto de lado (na maioria das vezes) não altera o grau de beleza de uma pessoa.

Há modelos que realmente têm um lado mais bonito ou mais fotogênico, mas acreditem, são raros.
Por isso eu digo: “confie em mim e deixe-me trabalhar ok?”