sexta-feira, 2 de setembro de 2011

[FOTOGRAFIA] – Dois pesos e duas medidas na fotografia



Hoje uma grande inauguração no nosso blog!
Espero que gostem da nova Tag : [FOTOGRAFIA]

Todos os posts com essa tag terão o objetivo de discutir conceitos técnicos, éticos e práticos da fotografia e da profissão. Entendido?...!

Ok, então para começar esse novo “espaço” no The Asian Style nada melhor do que um post com dois editoriais internacionais. O Primeiro feito pela fotógrafa Camilla Akrans para Vogue China Beauty em Julho 2009, e o segundo com a grande Du Juan em uma campanha para a Giorgio Armani em 2008 feita pela dupla de fotógrafos Mert & Marcus (http://www.mertandmarcus.com/).

 Ao observar essa belíssima capa um amador muito provavelmente não se preocupa com os processos fotográficos envolvidos na produção. Talvez ele pense em sequência de forma simples: “1-bonita capa... 2-bela foto... 3-Vogue...”

Já um fotógrafo, (por mais inexperiente ou iniciante que seja), nota que há alguma coisa diferente. Talvez ele pense: “1-Vogue... 2-bonita capa... 3-a foto está fora de foco...”

Camilla Akrans é uma fotógrafa incrível. Suas fotos sempre têm um tom de lirismo e um “Q” de anos 30 com imagens em tons pastéis envelhecidos e levemente granuladas. E os fotógrafos Mert & Marcus também são famosos por apresentarem trabalhos com foco e enquadramento diferenciados. 


A questão é: Por que eles podem fazer isso sem receber criticas?

Aprendemos nas escolas de fotografia que foco e granulação são uma coisa básica, e nossos professores sempre dizem:

“Evitem ISO alto para que a foto não fique granulada”
“Foto fora de foco não tem concerto no photoshop”


Obviamente não seria didático um curso de fotografia ensinar seus alunos a desfocar ou utilizar ISO 12000. Talvez devessem ensinar que as possibilidades de desfoque e granulação, quando propositais, podem se tornar um elemento atrativo na fotografia. O problema é que o buraco é mais embaixo:

Por exemplo: Na agência de modelos onde atualmente estou empregado se eu apresentasse um material assim provavelmente seria questionado por meus colegas de trabalho que lidam com fotografia diariamente.
Talvez o povo brasileiro não esteja preparado para ver um fotógrafo conterrâneo fazendo o mesmo que o resto do mundo.
Já reparou como as tecnologias entram no território nacional com um “delay” de alguns meses? A notícia boa é que o tempo necessário para termos acesso a novidades mundiais diminuiu muito nos últimos 20 anos...
Espero que isso ocorra com a fotografia também! Que os preocupados e onipotentes críticos fiquem um pouco mais flexíveis. Porque atualmente crítico flexível só se encontra em aula de Yôga! #Prontofalei.

3 comentários:

  1. ah cara, tem veiculo q tem essa liberdade artistica e tem veiculo q nao...

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  2. Claro! Fotos assim não têm lugar em vários tipos de mídia, nem teria cabimento.
    Mas a meu questionamento não é esse, tão pouco quero ver fotos assim em todos os lugares. O que estou dizendo é que a cultura de imagem do povo brasileiro é muito baixa e o nivel critico é muito alto...
    Se vc fizer fotos assim para seu portfólio prepare-se para sofrer duras criticas.
    Os pseudo-intelectuais da fotografia são muito preconceituosos. Praticamente funciona assim:

    Fotógrafo gringo = Excelente
    Fotógrafo brasileiro = Ruim

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  3. KKKKKKK....Matou a pau Rapaz! Muito bem escrito! E não sabia que nosso país tem padrões medíocres no que tange à liberdade artística na fotografia...E gostei das fotos da moça!

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